Alguns -
quer dizer nem todos.
Nem a maioria de todos, mas a minoria.
Excluindo escolas, onde se deve
e os próprios poetas,
serão talvez
dois em mil.
Gostam -
mas também se gosta de canja de massa,
gosta-se da lisonja e da cor azul,
gosta-se do velho cachecol,
gosta-se de levar a sua avante,
gosta-se de fazer festas a um cão.
De poesia -
mas o que é a poesia?
Algumas respostas vagas
já
foram dadas,
mas eu não sei e não sei, e a isto me agarro
como a um
corrimão providencial.

Dois poetas aparentemente diferentes, Milosz tem vivido desde há longos anos fora do seu país, Szymborska, pelo contrário, poucas vezes saiu de Cracóvia. Contudo as suas poesias têm traços culturais comuns e reagem aos mesmos acontecimentos.
Esta edição é precedida de uma «Introdução» que contextualiza os dois autores e as suas obras dando linhas de leitura possíveis, quer comuns quer antagónicas, entre as duas obras.
Czeslaw Milosz (1911-2004) Prémio Nobel de Literatura 1980


Poetisa, crítica literária e tradutora, vive em Cracóvia, onde se formou em Filologia Polaca e Sociologia pela Universidade Jaguellonica. A sua extensa obra, traduzida em 36 línguas, foi caracterizada pela Academia de Estocolmo como «uma poesia que, com precisão irónica, permite que o contexto histórico e biológico se manifeste em fragmentos da realidade humana.» tendo sido a poetisa definida, ela própria, como «o Mozart da poesia».
Bookmarkers: In Bloom, Livros / Books, Poem, Português
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