Uma mulher suicida-se na casa-de-banho de sua casa. O marido, uma estrela internacional de música pop, costumava descrevê-la como “uma bailarina sem escola, sem auto-consciência”. Impossibilitado de a voltar a ver, o marido isola-se num exercício de autocomplacência inevitável a qualquer indivíduo que experimente a morte. Disfarça-se para que ninguém o reconheça e parte à procura de memórias infantis. Carlos, jornalista português que vive no estado de Nova Jérsia, ambiciona escrever um livro sobre histórias verídicas que não podem ficar esquecidas. Um dia, seguindo uma pista de um grupo de actores que usa métodos secretistas para recrutar pessoas, deixa-se fascinar por Violet.
Um músico e um jornalista. Duas pessoas que acabam por se cruzar graças a uma terceira personagem: um homem que passa os dias a representar como forma de defesa. E é neste universo masculino, se pensarmos que aqui as mulheres são seres extintos ou inacessíveis, que Jacinto Lucas Pires volta a surpreender com a sua escrita, semelhante a um argumento cinematográfico ou a um texto dramático, onde delineia inúmeros movimentos de câmara e didascálias, demonstrando sensibilidade e capacidade para narrar momentos de desespero.
Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto a 14 de Julho de 1974. Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa, frequentou a New York Film Academy, publicou o seu primeiro livro em 1996 e trabalha como dramaturgo e realizador.
A sua obra encontra-se publicada em português, português do Brasil, espanhol e tailandês. Várias peças suas estão traduzidas em francês, italiano, espanhol, inglês e norueguês. Em Portugal, os seus textos foram encenados por Manuel Wiborg, Ricardo Pais e João Brites. Alguns dos seus contos foram incluídos em colectâneas na Alemanha, em França, no Brasil e em Espanha. Tem contos em várias antologias portuguesas.
Perfeitos Milagres, de Jacinto Lucas Pires
LIVROS COTOVIA • 2007 • 320 PÁGINAS • EM BREVE NA BLOOM
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