Esmeraldas, açafrão, papagaios e velhas vinhas

Este é o novo título da Editora Livros de Areia, A Sereia de Curitiba de Rhys Hughes. Vai ser apresentado esta semana numa série de enventos que contam, como não poderia deixar de ser, com a presença do autor nascido no País de Gales. Têm início na próxima Quarta-feira em Lisboa, às 14:30 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (para uma sessão com alunos e professores); às 19:00, no Café no Chiado, para uma sessão de leitura englobada no programa cultural deste espaço, pertencente ao Centro Nacional de Cultura. E nos dias seguintes com duas sessões distintas: no British Council, entidade que apoiou esta edição, Quinta-feira às 19:00, com a apresentação de José Mário Silva. E na Sexta-feira, já numa Livraria, na FNAC do Colombo, com o leme a cargo de Fernando Alvim.
Como refere o seu tradutor "é um livro feito com muito empenho por uma pequena equipa composta por escritor, editor, tradutor, ilustrador e revisor. E neste caso, o resultado foi um livro inestimável recheado de absurdo e imaginação mas também muitos toques de sensualidade, sentido de humor e uma vontade de abraçar o mundo e deixar-se abraçar por ele."
Rhys Hughes escreveu o livro a pensar especialmente na tradução para português, língua em que será unicamente publicado. É um livro fantástico de contos inspirados na síndrome de ser português e lusófono. Ou, por outras palavras, é um livro de contos fantásticos bebidos na passagem do autor pelo nosso país e também pelo Brasil. Ou terá sido embebido? Já não sei dizer. Fica aqui um excerto.

E chega deste disparate de “querido leitor”. Não há nada de querido sobre mim. Tenciono ser reles a partir de agora, o mais reles possível que conseguir ser, e isso é uma outra forma como tenciono arruinar o vosso paraíso vistoso. Arrebatamento terno num clima aromático, fazer amor nas ondas e comer cocos? Pah! Cheguei à idade de (escrever em lápis para que possa ser alterado mais tarde) e nunca fiz isso ainda, logo, não vejo razão porque tenho que me sentar aqui, submisso, e ler sobre isto, sem me infiltrar. Nem pensar! Você esperava realmente aparecer e não fazer os seus leitores invejosos? É assim tão estúpido? Porque se não é, então queria deliberadamente magoar-nos, e nunca nenhum simplório irá ser eleito como Chefe da Ilha do Beijo Picante.
A não perder. As sessões de apresentação e o livro, claro. A Livros de Areia está presente em quase toda a sua extensão nesta praia chamada Bloom, um pedaço de terra cheio de céu ao seu serviço. Vamos agora comprar um bilhete, só de ida, para esta Grande Sereia.

A Sereia de Curitiba, de Rhys Hughes
LIVROS DE AREIA • OUT 2007 • TRADUÇÃO DE SAAFA DIB • DESIGN DE PEDRO MARQUES SOBRE ILUSTRAÇÕES DE PAULO BARROS

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