À janela

A propósito do primeiro aniversário, a Bloom ontem nas páginas de um jornal do território. Foi na Tribuna de Macau numa reportagem da jornalista Diana do Mar. Agradecemos a honra e para a posteridade apresentamos de novo aqui o texto.

“Bloom” assinala primeiro
aniversário com “novidades”

A livraria “Bloom” celebrou o primeiro aniversário. Para comemorar nada melhor do que um catálogo “cheiinho” de novidades. Mas não estamos a falar de livros. Na prateleira, três grandes projectos aguardam “publicação”.

A livraria “Bloom” abriu as portas há um ano junto ao Largo do Pagode do Bazar. Para assinalar a data, descontos de 20 por cento marcaram as capas de todos os livros vendidos na sexta-feira e no sábado.
A paredes meias com o ambiente tradicional de um típico bairro chinês, a livraria prima pelos contornos modernos e pelo leque de títulos variados que preenchem as prateleiras, capazes de agradar ao mais variados gostos literários.
Despida de padrões, quer ao nível dos clientes, quer ao nível dos livros, a “Bloom” oferece um corredor de lombadas alternativas das mais variadas temáticas. Clássicos e obras de jovens autores repartem as coloridas estantes.
Virada a página do primeiro aniversário, a “Bloom” pretende alargar a sua actividade. “Pretendemos construir uma pequena academia de artes”, disse ao JTM, o responsável, António Falcão, acrescentando que o objectivo é criar um projecto paralelo partilhado da cultura escrita às artes, como o design ou a fotografia.
Neste capítulo, a “Bloom Creative Network”, aí constituída como empresa, pretende lançar uma série de iniciativas, que vão desde a realização de seminários a exposições passando por “workshops”. Para isso, a par da livraria, vai nascer um outro espaço dedicado às indústrias criativas, que irá funcionar no chamado Albergue da Santa Casa da Misericórdia, no Bairro de São Lázaro.
Inserido no projecto governamental de dinamização daquele Bairro, o novo espaço pretende fazer a ponte entre o tradicional e o moderno. António Falcão quer fazer do local um foco de artes criativas de carácter não esporádico. O objectivo era fazer coincidir a data de abertura com o aniversário da “Bloom”, mas tal não foi possível, disse o responsável, acrescentando que espera que esteja tudo pronto no próximo mês.
Para o primeiro evento, António Falcão já traçou alguns “rabiscos”. No momento, está a planear um conferência sobre o escritor americano Charles Bukowski. Segundo Falcão, o “outsider” da literatura representa em muitos aspectos o que a “Bloom Creative Network” quer fazer. A ambição criativa do autor que viveu o seu sonho de escrever sobre o mundo estará na base das semelhanças com o estilo da jovem livraria.

ARTISTAS LOCAIS. A par das indústrias criativas, a “Bloom CN” quer promover os artistas locais. Para isso, delineou um projecto com o apoio da editora “Penguin”, que consiste em convidar artistas do território a desenhar capas para livros. António Falcão adiantou que “alguns dos convites já foram endereçados a título informal e, que talvez em Março, os nomes sejam conhecidos”.
Colocar a livraria a funcionar online é outro dos grandes projectos da “Bloom”, que já possui um blog há cerca de um ano ao serviço da divulgação da livraria e da literatura, disse António Falcão. Como complemento, a “Bloom” publica ainda um texto diário nos jornais “Hoje Macau”, bem como na “Revista Closer”, e está presente na imagem fotográfica do “Tai Chung Pou”. Do catálogo, consta ainda mais um desejo: o de iniciar-se no ramo editorial, ou seja, publicar.
Não obstante os inúmeros projectos que a “Bloom” tem na calha, António Falcão reconhece que por manifesta falta de tempo à livraria falta a dedicação merecida. No entanto, o “cheirinho” a papel continua a atrair os apaixonados pela leitura.
No ano passado, a “Bloom” atingiu o recorde de vendas com perto de três mil livros vendidos. A grande aposta vai para a literatura estrangeira. Mas os lucros são sempre re-aplicados “para garantir a expansão e a sobrevivência de todo o projecto”, sublinhou António Falcão, que recorda com carinho os tempos difíceis da abertura da “Bloom”, atendendo a que não contou com qualquer tipo de apoio institucional.

DETALHES EXCLUSIVOS. Os livros pincelados em inglês são mais fáceis de adquirir, mas ainda há muita oferta na língua de Camões. Os motivos são simples: os encargos de envio e as taxas alfandegárias entre Portugal e Macau complicam o processo.
Uma parceria com a editora de Hong Kong, a MCCM, e o facto da “Bloom” ser o distribuidor em Macau da marca “Moleskine”, usada por Van Gogh, Picasso ou Hemingway, permite à livraria oferecer produtos exclusivos no território.
A livraria, cujo nome é extraído da personagem principal de Ulisses, de James Joyce, uma das epopeias da história da literatura foi ideia de António Falcão, mais tarde “aprovada” pelo circuito de amigos. “Bloom” que quer ainda dizer florescente ou crescente foi um nome que se “colou” ao ouvido da agora “fiel lista de clientes”, que encara a livraria como um ponto de encontro. A partir de agora, a “Bloom” vai passar a sortear um livro todos os meses entre as pessoas que passem na livraria durante o respectivo mês. O primeiro livro é “Double Game” de Sophie Calle e Paul Auster — a primeira publicação em inglês sobre a artista francesa. Vale a pena uma incursão na “Bloom” por aquilo a que Platão chama dos “amigos que falam, mas não respondem”.
[DIANA DO MAR • JORNAL TRIBUNA DE MACAU • 18 JAN 2008]

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