K: Nunca se tentou suicidar?
.Tive dois ameaçozitos. De um ameaço salvou-me o Cesariny e o Carlos. De repente estive para me mandar para dentro de água…
.
K: Chegou a atirar-se?
Não, eles seguraram-me a tempo. E tive outro caso, mas estava bastante embriagado. Tinha uma vida muito difícil. Hoje não me admiro nada, tenho uma grande resistência. Agora é que eu me sinto muito enfraquecido, ando à procura de quarto e vêem um tipo com uma botija de oxigénio, já assim velhadas, e depois pensam que vou morrer lá para casa. Eu queria ver se entrava para um asilo, um lar, antecâmara da morte. Fomos ver um mas são caríssimos e tratam mal as pessoas. Eu até disse ao Paulo para vos convencer a não vir cá porque estou diminuído com esta história do quarto. Estaria muito mais bem disposto se já tivesse alugado o quarto hoje de manhã. Olha, não viessem.
[LUIZ PACHECO ENTREVISTADO NA REVISTA K EM JULHO DE 1992]
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