A crina da memória

Agarrei bem as rédeas com uma das mãos. A outra tinha de estar solta. Para o equilíbrio, foi o que me disseram. As pernas a empurrarem-se uma contra a outra, com todo o lombo do animal pelo meio. Muita força, era preciso demasiada força. Muito mais do que aquela que tinha. Isto durou talvez uns dez segundos. A preparar-me. Quando abriram o portão lembro-me apenas de um raio de sol que me entrou pela retina e que fez parar todo o tempo. Voei de imediato pelo ar e fui cair na terra fofa cheia de estrume dos animais, o cheiro doce acompanhou-me pelos sonhos. Acordei há meia hora atrás, parece-me que um ano ou uma vida depois. Escrever ajuda-me a perceber o que aconteceu.

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