Tudo o que os outros não sabem

A partir de uma perspectiva de memória, a presente obra recua ao passado nos últimos 30 anos, consagrando-se como uma espécie de diário do autor, actualizado a partir de blocos de notas. Nele encontramos um conjunto de textos desde apontamentos da vida pessoal do autor e das suas complexas relações familiares com laivos de lirismos e toques de humor, até ensaios sobre cultura e análise política. Além de uma short story da sua autoria, o livro inclui igualmente uma entrevista dada à Paris Interview e a conferência do Prémio Nobel, intitulada «A Mala do Meu Pai». Outras Cores permite-nos pressentir a sua intimidade e da sua família, a necessidade de literatura e da escrita. Pamuk manifesta ainda uma vez mais a sua revolta contra a censura, numa tentativa de compreender, ele próprio, que posição deverá assumir num mundo em transformação. Uma obra deslumbrante. Para além do encanto sagaz e das observações sábias, Outras Cores é um apelo ao distanciamento necessário para se considerarem as causas históricas e psicológicas das parangonas alarmantes do mundo actual.

SOBRE O AUTOR
Orhan Pamuk nasceu a 7 de Junho de 1952, em Istambul, no seio de família próspera da classe média turca. Formou-se em Arquitectura na Universidade Técnica de Istambul e em Jornalismo na Universidade de Istambul, mas nunca exerceu nenhuma destas profissões. Entre 1985 e 1988 viveu nos Estados Unidos da América onde frequentou a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e também a Universidade do Iowa durante um curto período de tempo. Vive actualmente em Istambul.
No seu país natal, Pamuk é um reputado comentador, embora se defina principalmente como um autor de ficção sem compromissos políticos. Algumas das posições assumidas publicamente valeram-lhe o título de persona non grata para alguns dos seus compatriotas. Foi o primeiro autor no mundo islâmico a condenar abertamente a fatwa contra Salman Rushdie e a tornar público o seu apoio ao escritor turco Yasar Kemal quando este foi julgado e condenado pelas autoridades turcas, em 1995. O próprio Pamuk foi perseguido pela justiça por “insulto aberto à nação turca” depois de ter afirmado, numa entrevista a um jornal suíço, que 30.000 Curdos e um milhão de Arménios foram mortos na Turquia. A queixa, que gerou protestos a nível internacional, acabou por ser retirada no início de 2006.

Outras Cores, de Orhan Pamuk • EDITORIAL PRESENÇA • 2009

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