Zul

Apagava as luzes e lá vinha a escuridão total. Todo o negro de um cego. O bréu. E aí agarrava-me a ela. Agarrava-me e beijava-a, tocando-lhe em todas as partes do corpo. Abraçava a escuridão e mexia nas suas partes húmidas. Era isso. Nos pântanos. Imaginando-a com mil caras. Imaginando todas as figuras possíveis. Bocas. Seios. As ancas. O cabelo e a cor dos olhos. Até a curva do nariz podia imaginar. E nisto desenhava toda a minha vida, com o tacto, nas paredes negras de um cego. Os dias chegavam assim com uma outra luz. Uma luz mais clara. Cheia de imaginação.

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