O comunismo, a democracia? Da democracia não sei muita coisa. Não sei se há muitos chineses, em Xangai e Pequim, que estejam a pensar nisso. O «comunismo» da China é mais científico do que o Marx e o Engels alguma vez pudessem ter imaginado: entre os nove membros do politburo do Partido Comunista da China, nove são engenheiros. Do comunismo aproveitou-se o que funcionava – um partido, mandando em nome de um projecto «nacional» - e o resto foi para o lixo. Mao está em toda a parte - não em estátuas, mas em bugigangas, matérias comerciáveis, t-shirts, porta-chaves, estatuetas, cartazes, relógios: um Che Guevara daquele hemisfério. E, embora o grande retrato dele continue a ornamentar a entrada da Cidade Proibida, como pai fundador da República Popular, da «nova» China, não há maneira de não achar que a omnipresença do Mao em objectos de consumo de massas é uma ironia maliciosamente calculada. Até para Mao o Partido tem uma fórmula científica: 70% do que fez foi correcto, 30% errado. Do verdadeiro pai da nova China, Deng Xiao Ping, nem um milésimo de representação em figurinhas."
"Turista Ocidental" por Ivan Nunes • 21 Set 2006 • Cinco Dias
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