100ézimo!

O Livro "Sob Céus Estranhos - Uma História de Exílio" de Daniel Blaufuks tem o seu lançamento marcado para o dia de hoje, às 18,30, na FNAC Chiado. Corra que ainda chega a tempo.
Após a apresentação do livro por Richard Zenith, será projectado o filme com o mesmo nome.

Daniel Blaufuks nasceu em Portugal em 1963.
A partir de 1987 frequentou o curso de Fotografia do Centro de Arte e Comunicação Visual (Ar.Co.) e, na década de 90, prosseguiu os seus estudos no Royal College of Art em Londres e no Watermill Center de Nova York.
Começando por exercer a sua actividade como freelancer em diversas publicações portuguesas, distanciou-se progressivamente do fotojornalismo.
Fez a sua primeira exposição individual na Galeria Ether depois de receber o “European Kodak Award”, em 1989.

Posteriormente, publicou um conjunto de Séries Fotográficas:
My Tangier, 1991
Cinema Paraíso, 1991
London Diaries, 1994
Uma viagem a São Petersburgo, 1998
Andorra, 2000
Lisboa, Pessoa, Exílio, Saramago, 2001

Já este ano, conquistou o Prémio BES Photo 2006, a maior distinção nacional para a Fotografia, com um trabalho realizado sobre o Campo de Concentração nazi Theresienstadt, hoje situado na República Checa.

Leo Spitzer, Professor de História do Darthmouth College, apresenta assim o Livro:

Sob Céus Estranhos é uma meditação evocativa e poética sobre a experiência dos refugiados da Europa Central e sobre um sentimento de dispersão em trânsito na cidade de Lisboa e nos seus arredores.
É uma descoberta comovente, positivamente modesta e humana do espaço, do tempo e do desenraizamento, transmitidos de geração em geração, dos avós que partiram da Alemanha para Portugal, para os pais, para o neto. Poucos refugiados permaneceram em Portugal depois de a guerra acabar, mas os avós de Blaufuks, ao contrário de tantos outros, decidiram não seguir viagem nem voltar para a Alemanha.
Tendo crescido em Lisboa, no quinto andar do mesmo prédio onde moravam os seus avós, Daniel Blaufuks viveu a infância num universo de vestígios dessa experiência dos refugiados - um mundo de alusões, fotografias, alguns objectos, comidas, costumes e memórias que não eram as suas, mas que acabaram por o atrair e marcar de forma indelével.
Utilizando algumas dessas reminiscências, bem como filmes da época e de família, excertos de memórias e textos de refugiados, relatos de família e materiais de arquivos europeus e americanos, Blaufuks oferece-nos um vívido documento com uma bela imagem sobre um momento significativo da história do século XX.
O resultado - belo, delicado - é testemunho de uma importante, ainda que muitas vezes menosprezada, verdade. Apesar da sua natureza imperfeita, apesar da sua incapacidade para captar e comunicar a experiência através da memória, a transmissão entre gerações é envolta em valores e em lições que podem efectivamente passar de pessoa para pessoa, de geração para geração, através dos tempos.
É uma edição da Tinta da China, a primeira no campo da fotografia, com toda a qualidade e detalhe que fazem desta editora uma das melhores em Portugal. Obra que estará em breve disponível na Bloom.
[AGRADECIMENTOS AO 'NÃO APAGUEM A MEMÓRIA' DE ONDE FOI RETIRADA A INFORMAÇÃO CONTIDA NESTE POST]

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