"Somos apenas um par de idiotas à volta do mundo"

Numa calma tarde de sábado ao debruçar-se sobre um mapa do mundo, Ewan McGregor - actor de cinema e fanático por motas - reparou que era possivel dar a volta ao mundo, atravessando o estreito de Bering e entrar no Alasca a partir da Rússia.
Assim, decidiu telefonar ao seu melhor amigo, Charley Boorman, também actor e entusiasta por motas, e convencê-lo a acompanhá-lo numa viagem inesquecível.

De Londres a Nova Iorque, Ewan e Charley, perseguiram as suas sombras nas estradas da Europa, da Ucrânia, do Cazaquistão, da Mongólia e da Rússia, atravessando o Pacífico até ao Alasca, e descendo pelo Canadá até aos Estados Unidos.
O resultado foi este fascinante livro de literatura de viagem de volta ao mundo, inteiramente documentado, com fotografias e diários escritos por dois amigos que juntos, contra todas as expectativas, realizaram o seu sonho. Um diário da viagem, realizada pelos actores à volta do mundo, em que nos é dada a conhecer um pouco mais das suas personalidades e do seu lado mais humano fora do plano de uma personagem de um filme. Pode dizer-se que por serem famosos arranjaram uma série de facilidades e patrocínios mas isso não lhes tira o mérito e os milhares de quilómetros em cima de um veículo de duas rodas, o que não é um feito que esteja ao alcance de todos. Para além de se tornar cansativo para o corpo é sobretudo, por vezes, bastante fastidioso para a mente. Mas pelo mundo fora há decerto imensas paisagens e aventuras para despertar toda imaginação que valem por tudo. Uma viagem que foi também vivida por uma produtora de televisão decidida a documentar a viagem se encarregou de pagar os custos de toda a aventura.

O livro para além das descrições das paisagens inóspitas, das diferentes pessoas e culturas que encontraram e das peripécias vividas diariamente, contém também os relatos de McGregor e Boorman, na primeira pessoa, das suas emoções a cada momento, dos conflitos e atritos gerados entre os dois, dos seus momentos de tristeza e depressão por estarem longe da família (apesar de nos tempos modernos levarem telefones Iridium, para estarem sempre contactáveis), do cansaço acumulado pelas grandes tiradas diárias e pelos momentos de descoberta pessoal pelo contacto com quem nada tem (os miúdos da UNICEF) e pela solidariedade de estranhos nas situações mais difíceis.
Um livro para ler como uma viagem e com cheiro a muita gasolina. Um vento de vez em quando surgirá também ao virar de algumas das páginas.

O Caminho mais Longo de Ewan McGregor e Charley Boorman
BERTRAND EDITORES • 2006

2 Comments:

  1. Anonymous said...
    Vale a pena esse livro? Parece uma grande fantochada. Mas gosto do Ewan McGregor.
    antónio said...
    Vale sempre a pena... mas há sempre outras prioridades, andar de mota não é prioritário na vida de uma pessoa. ;-)

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