De malas feitas

Durante a tarde de ontem podia ver-se pela cidade, em alguns edifícios públicos e também na pela Internet, a cara do Chefe do Executivo na sessão da Assembleia Legislativa. Faz parte do quadro político do território, ir de vez em quando ao hemiciclo responder às questões dos deputados. Mas não passa disso, é um acontecimento efémero, como efémeras são as notícias que passam pelos meios de comunicação social. A maior parte delas nem aquecem. Desaparecem como os ciclones. A seguir vem sempre mais um. Entre um vento e o outro há uma porta que se fecha, outra que se abre. Nada mais.
E mesmo sem som, mesmo sem a distinção da língua, toda a gente sabia o que o Chefe do Executivo estava a dizer e o que os Deputados lhe perguntavam. As mesmas caras, as mesmas gravatas. Cada um faz aquilo que lhe compete, cumprem a sua função na sociedade, ocupam um lugar que lhes confere a noção de um estado democrático, mas de resto não acontece muito. Os dias passam, e entre um dia e o outro há um vento que passa na telegenia pública.

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